A Nascente do Rio Tietê

Certa vez, fomos visitar a nascente do Rio Tietê.  Ele nasce na Serra do Mar, a mais de 1000 metros de altitude, no Parque Nascente do Rio Tietê, no município de Salesópolis, no estado de São Paulo.

O que mais nos chamou atenção é como uma pequena nascente de águas cristalinas que surge entre algumas rochas, pode mais adiante se tornar um rio com grande vazão, largura e navegabilidade. E a resposta é simples: a intensidade da vazão de um rio não está na vazão da sua nascente (que é muito pequena), mas sim na contribuição de cada um dos afluentes que deságuam nesse rio. E a soma de forças ou a unidade dos afluentes que converge para o rio que dá força e vazão ao rio.

Isso traz uma lição espiritual para nossas vidas. E a lição que aprendemos aqui é que somente poderemos cumprir plenamente o nosso chamado com a ajuda de outros. Sozinhos ou em isolamento seremos somente como uma pequena nascente de água e nada mais do que isso. Mas com a ajuda de outros irmãos em Cristo, estes irmãos serão como afluentes em nossas vidas que contribuirão para que o nosso chamado seja potencializado e tenhamos nossa influência no Reino aumentada muitas vezes.

E por isso que o inimigo procura resistir tanto aos relacionamentos no Corpo de Cristo, trazendo barreiras, visando nos isolar de relacionamentos que serão vitais para que possamos cumprir o nosso chamado e destino em Deus.

A grande questão é demolirmos as barreiras que o inimigo tenta colocar, estabelecendo pontes de relacionamentos que o Senhor quer em nossas vidas.

E quando falo de relacionamentos, não estou me referindo somente com aqueles que são semelhantes a nós, mas também àqueles que são diferentes de nós. É lógico que teremos diversos níveis de relacionamento, mas se estivermos nos relacionando somente com aqueles que são iguais a nós, e não com aqueles que são diferentes, então pode ser que estejam faltando afluentes que vão dar força ao rio do nosso chamado espiritual para que possamos ter a plenitude da influência no Reino que o Senhor tem para as nossas vidas.

Muito se tem falado sobre unidade no corpo de Cristo, mas devemos diferenciar duas palavras: unidade e uniformidade. Unidade não é uniformidade. É muito fácil se relacionar com aqueles que são iguais a nós. Mas a verdadeira unidade nada tem a ver com uniformidade, pois a unidade bíblica é unidade na diversidade, pois o nosso Deus nos criou com personalidades, dons e chamados distintos uns dos outros.

Não há dois indivíduos iguais. Por quê? Porque Deus gosta de diversidade. Somos diferentes uns dos outros. E nessas diferenças existe o que podemos chamar de complementaridade. Um tem o que o outro não tem e juntos se complementam e se ajudam mutuamente.

A verdadeira maturidade está em aprender a se aproximar e se relacionar com aqueles que são diferentes, mas nessas diferenças teremos complementaridades que irão contribuir de maneira decisiva para que, no curso de nossa vida, deixemos de ser como uma pequena nascente para nos tornarmos como um grande rio navegável para abençoarmos muitas vidas.

Rogerio Clavello

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