Lucas 2:36-38: Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, avançada em dias, que vivera com seu marido sete anos desde que se casara  e que era viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações.  E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.

Um dos momentos mais marcantes da história do homem, da história de Israel e do próprio Templo em Jerusalém ocorreu quando o Messias foi apresentado no Templo. Você pode imaginar isso? O próprio Deus encarnado estava entrando no Templo para ser apresentado. Pense na importância desse acontecimento. No entanto, isso talvez tivesse até passado despercebido se não fosse pela presença de Simeão e Ana ali (vide Lucas 2).

A Bíblia não registra que naquele momento Jesus foi revelado aos sacerdotes segundo a ordem da Lei Mosaica, aos fariseus ou aos escribas, nem aos membros do Sinédrio. Jesus foi revelado naquela ocasião como o Messias de Israel a um remanescente fiel, a saber, a Simeão e a Ana. Vamos falar hoje sobre Ana.

Há algumas características notáveis em Ana. A primeira delas era que ela era uma pessoa conhecida pelo Senhor. Ela não se apartava de Sua Presença, por isso o Espírito do Senhor estava sobre ela, e assim, Ele podia revelar os segredos do Seu coração a Ana (Salmo 25:14).

Ana foi uma das poucas pessoas que vieram a saber de antemão o que Deus estava fazendo na terra, porque conhecia ao Senhor intimamente, e assim se tornou participante do que Deus queria realizar, porque sempre é necessário a tarefa de um intercessor para gerar os propósitos de Deus na terra (até mesmo para o cumprimento das profecias bíblicas), e ela foi achada fiel para interceder pela vinda do Messias.

A Bíblia afirma que Ana “não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações” (Lucas 2:37). Ana estava numa posição de ser vista não pelos homens, mas sim pelo Senhor. Ela cultivava a Presença do Senhor como adoradora e intercessora. Ela exercia um ministério sacerdotal legítimo não diante dos homens, mas diante do Senhor. Por isso, ao revelar que o Messias havia chegado, Deus não o fez aos membros do Sinédrio, nem aos sacerdotes assim reconhecidos pelos homens, nem aos escribas, nem aos fariseus, mas sim a essa mulher. Deus não a deixou sem saber o que estava fazendo na terra na sua geração.

Outra característica notável de Ana era que ela possuía uma idade avançada. A Bíblia fala no Salmo 92 daqueles que na velhice ainda produzem frutos para o Reino, que vivem em idade avançada uma vida relevante na ótica da eternidade. E o segredo para tal vida é manter um relacionamento intenso com o Senhor, em comunhão com Ele, em oração, em adoração. 

Não importa quem sejamos, quanto tempo tenhamos de vida cristã, ou qual é a nossa idade cronológica hoje, o crente sempre será relevante na ótica do céu, a despeito de posição ou idade cronológica, se responder ao chamado para o tempo com Deus, para uma vida sacerdotal diante do Senhor, incluindo a vida de adorador e intercessor em secreto.

 

 

Copyright © 2020, por Rogério Clavello e Celia Clavello

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